sábado, 27 de maio de 2017

A ARROGÂNCIA, O ÓDIO E O NORDESTINO

A ARROGÂNCIA, O ÓDIO  E O NORDESTINO

            A sociedade brasileira sempre foi marcada pela desigualdade social. Essa situação foi perpetrada pelo colonialismo europeu quando a elite impôs um  modelo econômico e social de dominação. O longo período de escravidão do povo africano consolidou essa situação. O povo brasileiro descendente do africano herdou essa situação e o estigma  da submissão. Durante séculos a elite dominante ficou mais rica e poderosa explorando os mais pobres que ficaram mais pobres,  aprofundando a desigualdade.
            Em algum momento histórico, homens que conseguiram perceber essa relação e possibilidades de mudanças tentaram alterar o quadro de miséria e abandono em que muitos brasileiros se encontravam. Acreditavam que bastava um aumento do poder aquisitivo para que as transformações acontecessem. Porém, a elite dominante, além de rica é muito poderosa e todas as tentativas foram eliminadas. Muitas delas por meio da violência. E assim, na História ficou marcada, mas nem todas reveladas, as vidas que foram sacrificadas pelo anseio de liberdade e dignidade próprias da condição humana e que eram negadas aos filhos pobres e sem berço deste país.
            Muito tempo se passou, e muitas ideias de igualdade social e econômica morreram no nascedouro, sufocadas por uma classe de pessoas que acreditam na própria superioridade advindas de um coronelismo secular, de privilégios barganhados a custa de suor alheio, da vergonha nacional de se saber impotente diante de tanta falta de caráter. O escárnio das classes mais abastadas diante da miséria do restante da nação dói mais que a própria dor de se sentir  excluído, na terra que é sua por direito,  porque é você que a constrói.  A arrogância e prepotência de quem possui um alto poder aquisitivo, no Brasil,  se traduzem  na concepção de que os menos favorecidos, não têm   direito aos mesmos produtos de consumo que eles, ou espaço social, ou lazer, ou educação.  As manifestações de ódio e desprezo dos mais ricos àqueles que hoje já não são subjugados, são absurdas e inaceitáveis dentro do conceito do que é ser humano.
            Nos últimos anos,  com a ascensão de um partido da esquerda ao poder, esse modelo social e econômico começou a mudar com as novas políticas sociais de um nordestino, migrante, pobre e analfabeto. Foram  muitas as mudanças, que possibilitaram às classes mais pobres o acesso ao bens de consumo, lazer e principalmente à educação. Houve uma mudança significativa, para melhor, na qualidade de vida dessas pessoas. A  análise do gráfico apresentado comprova um aumento gradual do salário durante esse governo.
           Contudo, essas transformações, de acordo com a realidade do país, não estão agradando à elite. Com certeza há muitos poderosos perdendo com essas mudanças e, portanto, combatem a distribuição de renda proposta por esse governo.  Em razão disso, a elite, representada por vários setores, inclusive na imprensa,  vem combatendo sistematicamente a legitimidade desse governo, aliada a políticos de partidos contrários, que detêm o poder. Dessa forma, Instituições Nacionais que deveriam representar o povo brasileiro têm se transformado em motivos de chacotas e de vergonha, o que leva a um estado de instabilidade sem precedentes na história.
          Muitas pessoas, de todos os setores da sociedade, têm se manifestado contra esse estado de coisas na tentativa de manter o estado democrático brasileiro, com todos os benefícios que ele representa, em direitos sociais do povo, para o povo. Um retrocesso seria desastroso para a economia e poderia significar a perda da dignidade, tão arduamente conquistada, da classe mais pobre do Brasil.

Lécia Freitas


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