segunda-feira, 10 de julho de 2017

AS PEQUENAS CORRUPÇÕES DE TODOS NÓS



            A corrupção é um grande mal e pode-se dizer que está presente em toda sociedade, fazendo parte da vida de todos nós. São perceptíveis os prejuízos que acarreta, sejam políticos, sociais ou econômicos. Atualmente, as constantes notícias sobre a corrupção nas grandes instituições públicas, envolvendo políticos e empresários poderosos, têm levado a população a refletir sobre o assunto e a identificar os diversos tipos de corrupção existentes no dia a dia e suas consequências. Acredita-se, no entanto, que não existe uma medida para corrupção. Quando o indivíduo oferece algo a um funcionário público, no sentido de obter um favorecimento em benefício próprio, configura-se a corrupção. Acredita-se ainda, que atos como os praticados no Governo, nas três esferas: federal, estadual e municipal, em que qualquer objeto, ou  milhões do dinheiro público, ou mesmo centavos, são desviados, não é corrupção: é roubo! E deveria ter, e ser punido, com esta conotação.
            Comumente as pessoas classificam atos como subornar o guarda de trânsito, oferecer um agrado ao funcionário, “colar” nas provas,  de pequenas corrupções devido, provavelmente, ao pequeno valor da moeda de troca, necessária neste tipo de transação, acreditando que não está prejudicando ninguém.  No entanto, esta ideia é falsa e errada!
            Esses comportamentos não deslegitimam a  luta contra a corrupção e não são a origem dos roubos aos cofres públicos, mas também passam por cima do  interesse público e mostram que o problema vai muito além da esfera política . Esses pequenos atos, aparentemente inocentes, e que dão ao  indivíduo uma falsa impressão de inteligência e esperteza, prejudicam o mais próximo como furar filas, mas, no caso do guarda de trânsito e a “cola” no momento da prova, por exemplos,  geram  um efeito que vai , com certeza causar danos muito maiores. O brasileiro acredita que a sua burla ao sistema ou mesmo a grandes empresas, não representa nenhum dado, e que, portanto, não terá consequências  nem prejuízos, e que, por conseguinte, não o afetará nem a ninguém. O que o cidadão comum, na sua ideia de “levar vantagem”, de “dar um jeitinho”, não sabe, não percebe, é que faz parte de uma engrenagem, e que todos os acontecimentos, em todos os aspectos da vida, pública ou mesmo privada, estão ligados e as consequências são equivalentes.
            É preciso, portanto, uma reflexão sobre o assunto e que se pratiquem bons hábitos. Além do dano explícito, práticas como a do “jeitinho” e da “vantagem”,  enfraquecem os princípios éticos, degradam o sentido do público, e dão um exemplo negativo aos mais jovens. A eles deve ser ensinado que, quando de interesse público, normas devem ser obedecidas e preservadas, que deveres devem ser respeitados, que certos comportamentos como os citados demonstram fraqueza de caráter. Sendo, também, uma questão educacional, a orientação e o bom exemplo dos adultos são fundamentais para o extermínio dessa prática tão danosa para a sociedade.


Lécia Freitas

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